quarta-feira, 7 de novembro de 2012
As Borboletas, poema infantil de Vinícius de Moraes
AS BORBOLETAS
Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então…
Oh, que escuridão!
Vinícius de Moraes
Do livro:
A arca de Noé, Vinícius de Moraes, Livraria José Olympio Editora: 1984; Rio de Janeiro; páginas 58 e 59. 14ª edição.
Ou isto ou aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Cecília Meireles
Leilão de jardim
Quem me compra um jardim
com flores?
borboletas de muitas
cores,
lavadeiras e pas-
sarinhos,
ovos verdes e azuis
nos ninhos?
Quem me compra este ca-
racol?
Quem me compra um raio
de sol?
Um lagarto entre o muro
e a hera,
uma estátua da Pri-
mavera?
Quem me compra este for-
migueiro?
E este sapo, que é jar-
dineiro?
E a cigarra e a sua
canção?
E o grilinho dentro
do chão?
(Este é meu leilão!)
Cecília Meireles
Pontinho de vista
Eu sou pequeno, me dizem,
e eu fico muito zangado.
Tenho de olhar todo mundo
com o queixo levantado.
-
Mas, se formiga falasse
e me visse lá do chão,
ia dizer, com certeza:
– Minha nossa, que grandão!
Pedro Bandeira
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